Criar um currículo vitae

Após toda a burocracia para a inscrição de emprego chega a hora de passar a acção! Agora sim, vamos começar a pensar em fazer um currículo vitae. 

Tal como foi referido na mensagem anterior é necessário saber qual o modelo de cv que se vai utilizar. Na minha opinião deve começar-se pelo currículo vitae Europass, e assim que este estiver rectificado, passamos a um modelo mais pessoal, simples e compacto, só depois disso é que podemos criar o cv personalizado (1º modelo europass, 2º modelo pessoal, 3º modelo personalizado). A questão que nos resta é: mas afinal como vamos fazer o nosso currículo vitae?

No modelo Europass existe um template que se pode utilizar online e que depois dá para guardar em word, pdf ou xls. Aqui deixo o link:https://europass.cedefop.europa.eu/pt/documents/curriculum-vitae. Depois de analisar o link verificamos que existe muita informação a incorporar neste tipo de cv e que no final vamos obter um currículo bastante extenso, mas lá chegaremos.

1) Foto:

Em primeiro lugar vou falar da foto. Muitas pessoas acham que a foto não é importante no seu cv, mas enganam-se redondamente. A verdade é que muitos dos recrutadores ao encontrarem um cv sem foto descartam desde logo esse candidato, porque um contacto visual, por mais pequeno que seja, dá logo a ideia da pessoa com que se está a lidar, e se for chamado para a entrevista é de imediato reconhecido. 

Para além da colocação da foto no cv, é importante saber qual a melhor foto a colocar. Não se devem colocar selfies, fotos escuras/claras, com outros efeitos especiais, fotografias de praia ou festas. O candidato deve usar uma roupa clara, pois é favorecido e mostra um lado mais positivo, as fotos com roupas muito escuras podem revelar características negativas da pessoa sem sequer se dar conta. 

Por fim, a foto deve ser colocada à esquerda do cv.

2) Dados pessoais:

O que devemos incluir nos dados pessoais? Antes de mais começamos pelo nosso nome, devemos incluir o nome completo, pois mostra que não temos vergonha das nossas origens.

De seguida vêm a morada, mas será que devemos colocar a morada completa? Ás vezes não é a melhor opção, isto porque existem muitas empresas de recrutamento que não usam protecção de dados e vamos estar a fornecer demasiadas informações que podem ir parar a mãos erradas. Para além disso, é importante verificar onde se situa a empresa para onde nos estamos a candidatar, pois o que acontece muitas das vezes é que o candidato é descartado por morar fora do concelho onde se localiza a empresa, Não estou a dizer para mentir, mas sim, omitir a morada completa, em vez de colocar a freguesia pode-se colocar o concelho.

O e-mail e o número de telefone são das informações mais importantes a incluir no cv. O e-mail não deve ser demasiado pessoal mas sim, profissional. Passo a explicar, um email do género: pirikitinha_23 ou princesinha ou machão2 não é opção para este tipo de documento, se ainda não tem um email profissional, basta criar um numa plataforma gmail, hotmail ou outlook (que são os mais usuais), pode incluir o primeiro e ultimo nome (sem qualquer alcunha) e um número, por exemplo.

Relativamente ao número de telefone, este não deve ser o telefone de casa ou do trabalho, deve ser o número pessoal.

É importante incluir a data de nascimento e a nacionalidade, pois daí retira-se a idade e a elegibilidade para realizar estágios profissionais.

3) Posto a que se candidata:

Muito sinceramente, eu acho que a maioria dos recrutadores não ligam muito a este tópico. Mas, é claro que, se por ventura se colocar este tópico é necessário preenche-lo correctamente, caso contrário, o recrutador implica por isso. Ou se coloca bem ou não se coloca!

4) Educação e Formação

Neste tópico é necessário organizar a informação por ordem cronológica, devendo sempre incluir-se as datas e local da formação. 

Será que a média é importante? Não, a média não é importante. Os recrutadores querem apenas conhecer o que sabemos e a média não lhes diz nada. Todavia, existem empresas que pedem as médias e assim, devem-se colocar.

As principais disciplinas da formação devem estar de acordo com a vaga a que nos estamos a candidatar, por exemplo se me candidato para uma vaga a contabilista devemos salientar que tivemos contabilidade e não, biologia, para o recrutador isso não interessa. Neste tópico não devemos colocar só o nome da disciplina, devemos sim, explicar os principais tópicos que foram dados, pois nem todas as disciplinas tem um nome claro. Por exemplo, eu tive uma disciplina que se chamava Fenómenos de Transferência, que basicamente era mecânica de fluídos, mas quando um recrutador começa a analisar o cv não vai saber o que isso significa nem o que fiz nessa disciplina e, pode até desvalorizar esse tópico, por isso é importante descrever um pouco do que se trata, nada de testamentos, claro, mas uns tópicos ou palavras chave.

5) Competências pessoais

• Competências linguísticas

Nas competências pessoais começamos logo pelas competências linguísticas, isto porque cada vez mais empresas valorizam o conhecimento de mais línguas para além da materna. Neste caso devemos proceder à avaliação deste tipo de competência através do Quadro Europeu comum de Referência para as Línguas (http://europass.cedefop.europa.eu/pt/resources/european-language-levels-cefr) ou então por uma avaliação pessoal (no caso de outro modelo de cv, que não o Europass), por exemplo Inglês Falado (bom). 

• Competências de comunicação e as competências de organização

De seguida deve-se valorizar as competências de comunicação e as competências de organização. Aqui devemos referir adjectivos que melhor nos caracterizem. Para as competências de comunicação podemos usar: boa capacidade de comunicação, boa capacidade de trabalho em equipa, boa capacidade de adaptação a outras culturas, etc. Neste caso temos que ter em atenção a veracidade destes dados, caso contrário seremos descartados de imediato, devido às pesquisas que os recrutadores podem fazer a nosso respeito. Relativamente às competências de organização podemos colocar: capacidade de organização, liderança, planificação, gestão de tempo, entre outros. 

Neste tópico é importante referir o porquê de termos estas características, devemos incluir, portanto, uma frase do género: estas características foram adquiridas ao longo da minha educação, trabalhos voluntários ou profissionais.

• Competências técnicas

De seguida temos as competências técnicas. Para nós recém licenciados é um pouco difícil conhecer quais as competências técnicas que adquirimos ao longo do nosso percurso académico, mas a verdade é que as adquirimos. Muitas das vezes, as disciplinas que temos têm um objectivo claro daquilo que pretendem fornecer ao aluno, e é com base neste que conseguimos clarificar as competências técnicas que adquirimos. A exemplo disso, temos o caso da disciplina Direito Laboral que nos dá como competência técnica o conhecimento da legislação aplicada ao trabalhador. A disciplina de Sistemas de Gestão de Qualidade, dá-nos conhecimento prático da legislação e elaboração de sistemas de gestão de qualidade. Basta procurar quais as competências que são requeridas na vaga de emprego e fazer o trabalhinho de casa.

• Competências informáticas

Por fim, mas não menos importante, as competências informáticas. Devemos salientar de forma clara, o software que somos capazes de manejar e avaliar correctamente como o sabemos usar, Por exemplo, "MS - Word (bom)", nada mais do que isto, para que o cv não fique carregado, longo e difícil de ler.

• Carta de condução

A carta de condução é algo que também costumo colocar, visto que muitas das vezes é um requisito da empresa.

6) Informação adicional:

Em todos os meus cv's, eu costumo colocar um tópico com informação adicional, onde incluo experiências profissionais não comprovadas (ou melhor, trabalho não declarado), apresentações, publicações, trabalhos voluntários, entre outros. Este tópico é importante para um recém licenciado que pouca ou nenhuma experiência tem e demonstra a forma como adquirimos as competências que são descritas no cv. 

No caso da experiência e trabalhos voluntários costumo incluir uma pequena frase do que fazia e as datas. No caso das publicações e apresentações, incluía o nome do trabalho, os autores, para que entidade foi realizada e a data a que decorreu.

Nesta área também se podem incluir a disponibilidade para deslocações, se se possui veículo próprio e se temos as condições necessárias para realizar estágio profissional.

Rodapé:

No rodapé devemos incluir o número de página, preferencialmente no formato 1/n e a data de envio do cv. Estes podem ser pormenores pouco relevantes mas que podem influenciar a avaliação por parte do recrutador. 

RESUMO:

Foto:

• Colocar sempre foto no cv;
• Foto tipo pass (incluir os ombros);
• Foto à esquerda do documento;
• Não se devem colocar selfies, fotos escuras/claras, com outros efeitos especiais, fotografias de praia ou festas;
• Usar uma roupa clara para a foto e roupa adequada para o trabalho a que se candidata.

Dados pessoais:

1. Nome completo
2. Morada pode ser ou não completa (atenção ao lugar onde se candidata);
3. E-mail profissional;
4. Número de telefone pessoal;
5. Data de nascimento;
6. Nacionalidade.

Educação e Formação

• Ordenar cronologicamente as formações adquiridas;
• Incluir as datas e locais onde foram realizadas;
• Não é necessário incluir a média;
• Referir as principais disciplinas da formação, mas apenas as mais adequadas ao posto de trabalho a que se candidata;
• Referir os tópicos principais dados nas disciplinas.

Competências pessoais

• Competências linguísticas:
• Avaliação da competência através do Quadro Europeu comum de Referência para as Línguas (http://europass.cedefop.europa.eu/pt/resources/european-language-levels-cefr) ou então por uma avaliação pessoal
• Competências de comunicação e de organização:
• Veracidade do que descreve;
• Referir onde adquirimos estas competências;
• Exemplos: boa capacidade de comunicação, boa capacidade de trabalho em equipa, boa capacidade de adaptação a outras culturas; capacidade de organização, liderança, planificação, gestão de tempo, respectivamente.
• Competências técnicas:
• Descrever o que aprendemos com as disciplinas da nossa formação.
• Competências informáticas:
• Nomear o software que sabe utilizar;
• Classificar a forma de manuseamento deste programa.
• Carta de condução.

Informação adicional

• Experiências profissionais não comprovadas (ou melhor, trabalho não declarado), incluindo a data e o tipo de trabalho que se realizou;
• Apresentações, incluir o nome, instituição envolvida, autores, data e local;
• Publicações, incluir o nome, instituição envolvida, autores, data e local;
• Trabalhos voluntários, incluindo a data e o tipo de trabalho que se realizou;
• Disponibilidade para deslocações;
• Veículo próprio;
• Condições necessárias para realizar estágio profissional.

Referências:

http://www.egor.pt/pt/recrutamento/candidatos/como-construir-um-cv.html

https://europass.cedefop.europa.eu/pt/documents/curriculum-vitae

http://expressoemprego.pt/carreiras/como-escrever-um-cv/2281

http://www.net-empregos.com/dicas2.asp