segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Antes...

Foi no ano passado, a 20 de Dezembro, que apresentei a minha tese de mestrado, nessa altura sentia-me imbatível, a confiança era tal que nada faria prever o meu futuro próximo, o desemprego.
Os meus anos de vida académica nem sempre foram fáceis, mas também garanto-vos, que nem sempre foram difíceis e que as facilidades eram sempre maiores do que as dificuldades. Gosto de estudar, de conviver e sou bastante esforçada em tudo o que faço, e talvez seja por isso, que o ensino superior se tornou numa facilidade para mim.
  • Ainda me lembro daquele temido primeiro ano, em que tudo era novo em que tudo mudará: novos amigos, nova casa, nova escola e o facto de estar longe da família (como nunca antes tinha estado) não ajudava muito. Contudo, a fase de habituação durou apenas um semestre, a este chamo-lhe de "semestre negro", não fiz algumas cadeiras e as que fiz tinha notas eram super baixas e tudo parecia correr mal, mas isto é para quem olha para as coisas negativamente. Quando vi o lado positivo do "semestre negro" dei-me conta que afinal foi semelhante ao dos outros e que, no final de contas tinha aprendido o básico de um aluno de ensino universitário: conhecer e conviver com outras pessoas e tomar conta de mim mesma! 
  • O segundo semestre foi então o "semestre de recuperação", em que o principal objetivo era recuperar e estudar para a frente para não deixar mais cadeiras para trás. Sem exagerar, eu estudei bastante mas não o suficiente e mesmo assim ainda deixei uma cadeira por fazer, coisas da vida...
  • O meu segundo ano, esse sim, foi estudar, estudar, estudar, conviver, conviver e raramente saía, pois tinha 6 cadeiras para fazer no primeiro semestre e 6 no segundo, não me podia "pôr ao sol da bananeira por muito tempo". Apesar do muito trabalho existia sempre tempo para o convívio e para as nossas festas académicas, caso assim não fosse não era considerada uma aluna universitária, certamente. Neste ano bati todas as metas e objetivos a que me tinha proposto e iniciou-se assim uma vida mais descansada e festiva.
  • O último ano da licenciatura foi extraordinariamente espetacular, apesar das minhas 6 cadeiras no primeiro semestre que ainda me deram algum trabalho, apanhei-lhe o gosto e o meu objetivo já não era apenas passar às cadeiras com um 10, mas sim passar com notas acima dos 14, e neste ano posso dizer que apenas tive 2 cadeiras com notas abaixo dos 14 valores. Mas isso é irrelevante, ter um 10 e um 14 vai dar quase à mesma coisa, pois quando se procura trabalho poucos querem saber de médias e notas, falaremos disto mais à frente. Tal como estava a dizer antes, este ano sim, foi muito bom, e não me estou a referir apenas às notas, mas sim às novas amizades e colmatação de antigas amizades, tivemos tempo para convívio e trabalho, muitas vezes em simultâneo, é por isso que eu gosto de trabalhos de grupo há sempre tempo para tudo, para o trabalho sério, para a conversa, para as histórias, piadas e para muito mais!
  • O meu primeiro ano de mestrado foi um ano responsável, comecei a trabalhar num centro de cópias em part-time e o meu tempo estava condicionado pelo trabalho, pelas aulas e trabalhos de grupo. Mesmo assim, tive tempo para tudo e mais alguma coisa, trabalho, aulas, saídas, jantares, trabalhos de grupo e namoro, é claro que haviam noites que apenas dormia 3 horas, embora isso chegasse na altura, agora seria quase impensável, eu era doida! 
  • O segundo ano de mestrado foi basicamente a mesma coisa, mas com muitas mais saídas e muitos mais jantares, as dormidas fora foram uma constante, desde Porto a Figueira da Foz, passando pela recepção ao caloiro e pela semana académica. 
  • O último semestre do mestrado, fiz 2,5 semestres de mestrado, foi aproveitado para trabalhar tanto na tese como na loja, pois este era o único meio de sustento que possuía na altura. E, assim, chegou o grande dia... a apresentação da minha tese de mestrado, tudo preparado, e já está, um diploma a sair.

Este é um resumo daquilo que fiz na universidade para se perceber um bocadinho que todos passamos pelo mesmo e que as coisas são difíceis quando olhamos para elas negativamente, mas podemos vir a encontrar sempre algo de positivo. Este blog tem a intenção de mostrar um pouco da minha vida de desempregada e ajudar os outros a suportar este período, dando alternativas e sugestões mas também é uma forma de criticar muitos dos entraves de um desempregado.

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